sexta-feira, novembro 28, 2008

Hoje quando acordei chovia...

Parece que o Verão de S. Martinho está de partida...as coisas boas nunca duram para sempre...o Sol partiu, exaurido...





Hoje quando acordei chovia...

terça-feira, novembro 25, 2008

23 anos e 1540 km depois...


Passam hoje 23 anos do final de uma grande aventura de um Grande Homem e de uma Grande Mulher. Aventura essa que envolveu pelo meio mais duas crianças...

Tinha apenas 7 anos e o meu Irmão 5, na noite em que deixámos aquele pequeno bairro chamado Cité Guynemer na Vila Francesa de Selles-sur-Chèr a 1540 km do destino final...Lembro-me das lágrimas que se derramaram naqueles momentos...cheguei a acreditar que o rio Cher ia transbordar as margens, como o fazia caprichosamente todos os invernos...recordo-me muito pouco da viagem...mas de certeza que não faltou discussão dentro do carro entre o meu Pai e a minha Mãe...sempre foi e sempre será assim...eh eh eh!!!

Chegámos numa manhã de segunda-feira, 25 de Novembro de 1985...8h30, ou qualquer coisa do género, porque me lembro de termos feito a primeira paragem em casa do tio Zé e as minhas primas estavam de saída para a escola.

Demorei 17 anos até voltar àquelas paragens...na viagem até lá não consegui desatar o nó que tinha no estômago...assim que cheguei percebi de onde vinha o vazio de 7 anos da minha vida...continuo a sentir uma necessidade enorme de voltar lá de tempos a tempos, principalmente por causa da família que ficou por lá...tenho saudades da minha "mana"...

Os meus Pais e o meu Irmão regressaram àquelas paragens no Natal do ano passado,22 anos depois. Deviam ver a cara deles...principalmente a do meu Pai...as histórias que ele nos contou...os amigos que reviu...os copos que bebeu, aliás, que bebemos...hercúlea a tarefa que eu tive com o meu irmão para convencer o meu Pai de que já estava com uns copitos a mais...eh eh eh...lindo!!!

Como não podia deixar de ser, no café à porta da estação do comboio onde os dois Heróis desta história desembarcaram, pela primeira vez, de mala de cartão em punho, olhei o meu Mano olhos nos olhos e perguntei-lhe a ele, e a mim próprio: E se nunca tivéssemos ido embora?

Nesse momento chegámos a uma única conclusão...se tivéssemos ficado estaríamos gordos, carecas, dois ou três filhos, trabalho duro numa qualquer fábrica...Sem dúvida que os "cotas" tomaram a melhor decisão!!!

Às vezes chego a duvidar da veracidade da nossa conclusão...pu-la em causa muitas vezes nos últimos 23 anos...às vezes apetecía-me pegar na mala de cartão à semelhança do meu Mano...deve ser genético o "bichinho de largar tudo e partir"...

Hoje, neste preciso momento, não! Hoje que faltam precisamente 30 dias para o Natal, quero ficar...quero saborear os momentos que tenho vivido ultimamente e que me têm feito sentir tão especial...Hoje vou adormecer e vou sonhar que tenho toda a gente que importa à distância de um braço...vou esquecer que tu estás a 294 km, tu a 1540 km e tu, meu grande maluco, a meio globo de distância... em 28 anos é a primeira vez que não vais estar presente na Noite de Natal...vai ser estranho...tão estranho como aquela viagem de há 23 anos atrás...

segunda-feira, novembro 24, 2008

Em busca do Carneiro Selvagem...


Perdoem-me estar, mais uma vez, a "roubar" as palavras a alguém! Desta vez calhou em sorte o Japonês Haruki Murakami.

Este é o segundo livro que leio deste autor. De facto há poucas pessoas que conseguem colocar em palavras sentimentos...sensações...

"Sustendo a respiração, fiquei a olhar para ela , sem fôlego. Tinha a boca seca e não fui capaz de articular um único som. Por um breve instante, pareceu-me ver a branca parede estucada a ondular. O bulício das conversas no restaurante o tinido dos talheres e dos pratos desvaneceram-se até ficarem reduzidos a um leve sussurro, para logo retomarem o volume normal. Ouvi o som das ondas, recordei o aroma de um fim de tarde há muito caído no esquecimento. Contudo, tudo isso não passou de uma ínfima parte dos sentimentos que se apoderaram de mim naquela centésima fracção de segundo."

quarta-feira, novembro 19, 2008

Esta noite tive um sonho estranho...



Há muito que não me lembrava de sonhar...será bom sinal?

"...De noite os seres mudam o seu valor. O dia mostra os defeitos do mundo: rugas, poeiras, vincos, tudo na luz se vê. à noite se olha mais, se vê menos. Cada ser se revela apenas pela luz que dele emana. E ela, nessa noite, produzia clareza que nem lua..."

(Mia Couro in "Estórias Abensonhadas")

Já leram Mia Couto?

Aconselho...

terça-feira, novembro 18, 2008

De Bragança a Leiria...

...são afinal "apenas" 4h30 de distância, o que matematicamente e segundo os dados do Tim significa que Leiria fica a meio caminho entre Lisboa e Bragança!

Ora, não é o que diz o mapa!

Tim, escolheste bem a profissão, pois de facto não tens jeitinho nenhum para a matemática!



A única coisa em que acertaste foi no meu igual desejo de ter um avião...não para lá ir mais amiúde, porque faz lá um frio do caraças e a estrada é um perigo...a sorte é que eu tenho um Anjo da Guarda digno desse nome e uns bons pneus no carro, senão a esta hora...bom esqueçamos esse pequeno susto, já passou!

O que ainda não passou foi a tormenta de passar tantas horas trancado dentro de um carro, com tempo para pensar em tudo e mais alguma coisa...as maiores alegrias, as maiores tristezas, as maiores loucuras...esta vai ser mais uma noite de sono e sonhos agitados...

Tal como eu desconfiava, a vontade com que eu saí de Bragança foi a de voltar ao gabinete daquele cromo e de lhe dar um valente Xuto!!!

segunda-feira, novembro 17, 2008

Para Ti Maria!

Pelas contas do Tim,

De Bragança a Lisboa,
São nove horas de distância...

Bom, a sorte é que não moro em Lisboa...de qualquer maneira são sempre umas 4 ou 5 horas...

Só espero não "rebentar com três radares"...

Onde me apetecia mesmo ir sei eu bem...e o que me apetecia mesmo era dar uns xutos no gajo que me faz ir lá acima...

domingo, novembro 16, 2008

Aprender tango...

Sempre que vejo alguém a dançar Tango, reacende-se esta vontade que tenho dentro de mim de aprender a dançar este ritmo...

Ontem o resultado não foi diferente...aquela música, a atitude apaixonada dos bailarinos, a cumplicidade, a fluidez dos corpos...

E depois lembro-me sempre de uma das cenas do filme "Moulin Rouge" que me deixa arrepiado desde a ponta do dedo grande do pé até ao último fio de cabelo:



Um dia destes, quando resolver dois pequenos problemas estarei em condições de começar as aulas...

Primeiro decidir onde vou fazer as aulas...um problema menor, sem dúvida, comparado com a questão da escolha do par.

Escolher não! Encontrar!

Porque, no caso particular do Tango, toda a carga de paixão e drama tem que ser partilhada pelo par. E de todas as pessoas com quem já dancei até hoje (outros ritmos para que não o Tango), foram poucas, mesmo muito, muito poucas aquelas com quem senti algo verdadeiramente especial.

...A música entra-me pelos ouvidos, o coração bate, forte, o meu corpo fica como que possuído e não consigo parar...quase me esqueço de onde estou tenho a certeza de que naquele momento só estamos ali nós os dois...

...já houve momentos em que a minha busca me pareceu ter chegado ao fim...ou então não...quem sabe?...Quem sabe?!!!...

quinta-feira, novembro 13, 2008

Na sala de ensaios...

Tenho andado a ensaiar um novo tema...é de dicção difícil...e ainda não sei se é desta que arrisco tocar guitarra ao mesmo tempo...

Ainda me lembro do primeiro tema que cantei com aqueles malucos nas loucas noites de Domingo de um bar à beira-mar plantado...

Robbie Williams - Feel seguido de With or Without You dos incontornáveis U2.

Depois disso já cantei One (U2), Roxanne (Sting/ The Police...Esqueçamos a grande barracada que este tema deu Eh Eh Eh),Sunday Bloody Sunday (U2), Angels (Robbie Williams), Enter Sandman (Metallica...o que aquele baixista desbundou com este tema!!!), Here I Go Again (White Snake) e o grande grande Creep (Radiohead)...

Modéstia à parte, o tema dos Radiohead é aquele que me dá mais adrenalina e aquele que sai sempre bem...

E não me posso esquecer daquele dueto com a Lola...One dos U2...lindo, lindo!

Com muita ou pouca barracada, um dia destes, quando me derem um espacinho naquele palco, subo os degraus e sussuro ao guitarrista:

- Jason Mraz, I'm yours.
- "Em que tom?" - pergunta ele
- Em SI

e cá vai disto:

terça-feira, novembro 11, 2008

Escrever para não esquecer...





Anda agora na berra um filme intitulado "Destruir depois de ler" dos manos Cohen...ainda não o vi e, despistado e preguiçoso como eu sou, a esta hora já saiu em DVD...

E o que é que isso tem a ver com o meu post? Nada...quase nada...apenas me inspirou para o título!!!

Se uns destroem depois de ler, eu escrevo para não esquecer...umas vezes por razões menos boas...outras por causa dos momentos mágicos que acontecem na minha vida...

Acreditam que este fim-de-semana consegui não dançar uma única kizomba e que até comecei a apreciar a bachata?... E eu que queria tanto ter dançado esta:



A vida de DJ é tramada!!!

...a sorte é que ainda me desforrei na pista principal a dançar umas salsas poderosas...

Ainda mal acredito...obrigado a quem tornou esta magia possível!!!

Leve, breve, suave...

Leve, breve, suave,
Um canto de ave
Sobe no ar com que principia
O dia.
Escuto, e passou...
Parece que foi só porque escutei
Que parou.

Nunca, nunca em nada,
Raie a madrugada,
Ou 'splenda o dia, ou doure no declive,
Tive
Prazer a durar
Mais do que o nada, a perda, antes de eu o ir
Gozar.

(Fernando Pessoa)