quarta-feira, agosto 01, 2007

As últimas palavras do Homem que me fará sempre, sempre acreditar!!!

Caros escuteiros:

Se já vistes a peça Peter Pan, haveis de recordar-vos de como o chefe dos piratas estava sempre a fazer o seu discurso de despedida, porque receava que, quando lhe chegasse a hora de morrer, talvez não tivesse tempo para o fazer. Acontece-me coisa muito parecida e por isso, embora não esteja precisamente a morrer, morrerei qualquer dia e quero mandar-vos uma palavra de despedida.

Lembrai-vos de que é a última palavra que vos dirijo, por isso meditai-a.

Passei uma vida felicíssima e desejo que cada um de vós seja igualmente feliz.

Crei que Deus nos colocou neste mundo encantador para sermos felizes e apreciarmos a vida. A felicidade não vem da riqueza, nem simplesmente do êxito de uma carreira, nem dos prazeres. Um passo para a felicidade é serdes saudáveis e fortes enquanto sois rapazes, para poderdes ser úteis e gozar a vida quando fordes homens.

O estudo da natureza mostrar-vos-à as coisas belas e maravilhosas de que Deus encheu o mundo para vosso deleite. Contentai-vos com o que tendes e tirai dele o maior proveito que puderdes. Vede sempre o lado melhor das coisas e não o pior.

Mas o melhor meio para alcançar a felicidade é contribuir para a felicidade dos outros. Procurai deixar o mundo um pouco melhor de que o encontrastes e quando vos chegar a vez de morrer, podeis morrer felizes sentindo que ao menos não desperdiçastes o tempo e fizestes todo o possível por praticar o bem.

Estai preparados desta maneira para viver e morrer felizes, apegai-vos sempre à vossa promessa escutista, mesmo depois de já não serdes rapazes, e Deus vos ajude a proceder assim.


O Vosso Amigo





domingo, julho 01, 2007

Adoro finais!!!

"Eh pá! És sempre a mesma coisa! Quando a noite chega ao fim pareces possuído...parace que só agora é que tens vontade de ficar aí a dançar que nem um louco!"
... cinco minutos depois era "arrastado" até ao carro, depois de mais uma grande noitada de salsa.
Pensei sobre aquela frase durante toda a viagem de regresso. E cheguei a uma conclusão: Adoro finais!!!
Existirá alguma coisa melhor do que um bom final? Não sei bem descrever essa sensação que me envolve quando sinto o aproximar do final de algo. Nessa altura não me interessa tanto o que se passou até à altura...por muito bom que possa ter sido...a vontade de "espremer o momento " até à última gota...o aproximar do clímax.!!! Gozar o clímax!!!...quem é que durante esse momento pode ter a cabeça noutro lado?
Porque afinal quando passo por bons momentos finais penso sempre se esses momentos voltarão algum dia a repetir-se.
É por isso que gosto tanto de finais...do final do dia, porque adoro o Pôr-do-Sol...do final da noite, por causa da magia do nascer do Sol...do final da semana...do final do mês...do final da estrada, porque cheguei ao destino...do final de um jogo, porque acabaram todos aqueles momentos de sofrimento, de roer as unhas...porque o final é como que o desaguar de um grande rio de sentimentos e emoções que finalmente chega ao oceano e aí...aí existe a calma...porque o final me liberta...me obriga a morrer e a renascer.
E cada renascer traz-me mais força!
Porque afinal o final é aquilo que nos espera...o tal que, por vezes, mais me parece um beco sem saída...




sexta-feira, abril 27, 2007

Todos os dias o Sol nasce e põe-se...




A minha Tempestade começou...

Ainda pensei por momentos que me ia safar...suponho que tenha sido aquela calma aparente que antecede as tempestades...

...mas é mesmo verdade, aqui estou eu à espera da bonança, para arrumar este rasto de confusão de momentos e sentimentos que vão ficando à passagem desta tempestade!!!

Coragem...tem coragem!!!

Todos os dias o Sol nasce e põe-se...é esta a frase que repito para mim todos os dias, depois de a ter ouvido da boca de um amigo aquando da nossa conversa sobre as mudanças que se avizinham na minha vida.

Zeca, tens razão!!!

Mesmo nos dias de tempestade, o Sol nasce e põe-se...e amanhã será um novo dia!!!

sexta-feira, março 16, 2007

A Teoria do Caos




Sabiam que o simples bater das asas de uma borboleta pode provocar uma tempestade no outro canto oposto do mundo?

É desta forma que se pode explicar no sentido figurado a Teoria do Caos...

Pois é...hoje algures no outro lado do mundo a minha borboleta bateu as asas...bom, na verdade fui eu quem a forçou a isso...agora resta-me esperar pela tempestade...e sair dela com vida!

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Tu és a esperança, a madrugada

Tu és a esperança, a madrugada.
Nasceste nas tardes de setembro,
quando a luz é perfeita e mais dourada,
e há uma fonte crescendo no silêncio
da boca mais sombria e mais fechada.

Para ti criei palavras sem sentido,
inventei brumas, lagos densos,
e deixei no ar braços suspensos
ao encontro da luz que anda contigo.

Tu és a esperança onde deponho
meus versos que não podem ser mais nada.
Esperança minha, onde meus olhos bebem,
fundo, como quem bebe a madrugada.

Eugénio de Andrade (1923 - 2005)"As mãos e os frutos"

...Tu sabes bem quem...

...existem coisas que
por mais pequenas que sejam,

um gesto, um lugar, uma foto,
não me deixam esquecer-te...

...que não param de me lembrar que agora
não passas de uma pequena esperança...

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Entrei cheio de certezas...

Esta semana fui a uma entrevista para um novo emprego...entrei cheio de certezas...saí cheio de dúvidas...
A maior de todas é: será que vou ser feliz?... tenho a certeza que não...tenho a certeza que não será a minha carreira profissional que me vai fazer feliz.

Um dia perguntaram-me se optaria por um Grande Amor ou por uma Grande Carreira...para mim a resposta continua a ser mais do que evidente...sem margem para dúvidas!!! Apesar dos factos da minha vida, até hoje, me empurrarem para o contrário...mesmo assim, não desisto desta minha opção...

Sou teimoso, sempre fui, nunca deixarei de o ser...e nunca desistirei de perseguir o sonho...o meu sonho...

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Cartas...



Cartas...
Quem é que ainda escreve cartas?
Daquelas de papel e caneta em punho!!! Nada destas modernices de correios electrónicos, foruns, blogs...

Daquelas que podemos tocar, cheirar, guardar no nosso baú de recordações. E relê-las mais tarde, quase que por acidente, quando naquele dia em que finalmente nos decidimos a arrumar o caos daquela gaveta esquecida no armário do quarto. E depois damos por nós, nostálgicos, com a lágrima no canto do olho, a recordar aquelas palavras que um dia alguém nos escreveu!!!!

Hoje, decidi desligar-me desta máquina que cada vez mais se intromete na minha vida, seja no trabalho, seja em casa, e peguei no papel e na caneta...e, de uma vez só, sem qualquer hesitação, ou folha arrancada do bloco e deitada ao lixo, escrevi à minha Princesa...

...disse-lhe tudo o que me ia na alma...

...só espero que ela não coloque aquela folha de papel no seu baú e a deixe esquecida por uma eternidade...e anseio por um dia, ouvi-la gritar do quarto, do nosso quarto: " Vem ver, vem ver!!! Olha o que eu encontrei aqui!!! - um suspiro - Ainda bem que foi só a carta que coloquei no meu baú de recordações...ainda bem que conto contigo aqui ao meu lado hoje, a recordar estes momentos!!!"...

...Anseio por saber o que vou pensar e sentir quando, daqui a muitos anos, resolver arrumar aquele caos daquela gaveta do meu roupeiro...anseio saber o que apenas consegui manter no meu báu de recordações!!!

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Dança comigo...


Dança comigo, como se fosse a primeira vez...

Ainda me lembro da tua cara envergonhada,
e da tua voz que dizia:" Não sei se estou à altura!!!"

Sinto o toque das tuas mãos, vejo o brilho dos teus olhos
e a sinceridade do teu sorriso...
Nunca mais vou esquecer aquele momento
em que flutuámos naquele chão, que parecia só nosso!!!
Agora sou eu que digo:
Não sei se estou à altura!!! Mas Dança comigo...
Dança comigo como se fosse a primeira vez...
Dança comigo nem que seja pela última vez...

Elogio ao Amor











Quero fazer o elogio do amor puro.

Parece-me que já ninguém seapaixona de verdade.
Já ninguém quer viver um amor impossível.
Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.

Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido.
Porque é mais barato, por causa da casa.

Por causa da cama.
Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais,
discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.
Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.

A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível.
O amor tornou-se uma questão prática.
O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido,
do amor doente, do único amor verdadeiro que há,
estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.

Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia,
são uma raça de telefoneiros e capangas decantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem",
tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas,
matadores do romance, romanticidas.

Já ninguém se apaixona?
Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza,
o desequilíbrio, o medo, ocusto, o amor,
a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra.
O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas,
a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos.
Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores.

O amor fechou a loja.
Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor.
A"vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino.
O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima.

O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.

O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.
Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém.
Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos.

E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira.

E valê-la também.


Miguel Esteves Cardoso in Expresso


quinta-feira, janeiro 11, 2007

Bato a porta, devagar...

...eis, mais uma vez, que chega um momento da minha vida em que tenho que decidir-me a enterrar bem fundo todas as coisas que me retiram a alegria de viver.

Sinto que a minha vida é "uma mão cheia de nada", pois já nem as pessoas de quem mais gosto, aquelas que tiveram a coragem de um dia me trazer ao mundo, consigo ajudar...

Preciso de partir deste cais e encontrar um porto de abrigo...aqui, a única expressão incontrolável é a lágrima...talvez um dia volte a reencontrar o riso...




"Bato a porta devagar,
Olho só mais uma vez
Como é tão bonita esta avenida...
É o cais. Flor do cais:
Águas mansas é a nudez
Frágil como as asas de uma vida

É o riso, é a lágrima
A expressão incontrolada
Não podia ser de outra maneira
É a sorte, é a sina
Uma mão cheia de nada
E o mundo à cabeceira

Mas nunca
Me esqueci de ti
Não nunca me esqueci de ti
Eu nunca me esqueci de ti
Não nunca me esqueci de ti

Tudo muda, tudo parte
Tudo tem o seu avesso.
Frágil a memória da paixão...
É a lua. Fim da tarde
É a brisa onde adormeço
Quente como a tua mão"